Era assim que o post de hoje começaria, não fosse minha desajeitada indisposição momentânea para a subjetividade. Dormi três horas essa noite, e se isso não bastasse para justificar a indisposição, perdi o ônibus duas vezes. E, clamei, Valham-me os santos! que só eles sabem o que é perder um ônibus nessa cidade... Uma "perdida" seria pela manhã, outra à tarde. No turno vespertino esperaríamos juntas, eu e Joana, um sem fim de horas pondo toda - que nem era tão toda - conversa em dia. Diríamos qualquer coisa sobre nosso jeito de se vestir, sobre o comportamento de nossos pais, sobre nosso gosto para escolher(?) paixões, e discordaríamos, é claro, em muito uma da outra. O que na verdade nos aproximava, também, muito. Eu descobriria algumas qualidades. Falaríamos do nosso conhecimento em carros, quitutes, solteirices... Mas em dado momento nem as discordâncias nos aquietariam, e decidiríamos, de comum acordo, que uma ouviria música e a outra leria um pouco.
Fones no ouvido, sentada em um ponto estratégico da cidade, eu ouvia Coldplay cantar "Look at the stars, look how they shine for you... And all the things that you do." Não havia estrelas na tarde nublada que fazia, portanto obviamente não brilhariam, e que era Coldplay eu só saberia depois. Mas fechei, "indisciplinada", os olhos - muito discretamente - e prestei demasiada atenção por alguns milésimos de segundo só em mim mesma, a isolar o mundo de mim. Não porque eu entendesse qualquer coisa de imediato daquelas palavras, antes sim porque eu precisava, honestamente, pensar no que estava fazendo... Sozinha, sozinha, sozinha. Segui cantarolando toda cheia de mim na volta pra casa.
Qualquer analogia ao sinal de atenção (no trânsito)
e o nome da música pode não ser mera coincidência.
Mas quem se importa?
e o nome da música pode não ser mera coincidência.
Mas quem se importa?