quinta-feira, 23 de junho de 2011

Cadernos de Luísa

"- Lúcio, você sentiu paz, da última vez que nos encontramos? – pergunta Luísa, reticente. Sua insegurança toma dimensões exacerbadas, quando o assunto é ele.
- Luísa, eu estava em paz – responde ele, com a habitual serenidade. - Senti-me feliz. Você que não tem paz, que busca. Eu tenho. Posso ser mais feliz, é claro, e espero que você faça parte disso.
- Quero fazer parte disso – ela sorri para o telefone".

(Vanessa Souza Moraes)

terça-feira, 14 de junho de 2011

De que amanhecesse regra

Um corte de meio centímetro na dobra do indicador da mão esquerda, pelo lado de dentro. Culpa do inverno e de uma sorrateira folha de ofício. Ou apenas de um descuido... Bobagem.
Leva o pequeno ferimento até a boca, e não esboça qualquer palavra em desaprovação. Pilhas de trabalho a esquerda, atendimento cordial a direita. Concentração, foco. Mais cedo ou mais tarde, vai sarar. Conformada desde as pequenas coisas. Espantosamente prática.
Mas no fundo havia medo, um medo imenso, de que toda exceção amanhecesse regra, um dia.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Es preciso

"Es preciso decidir qué es más importante para uno: vivir bien o escribir bien."


Mario Vargas Llosa, via @leoluz

domingo, 5 de junho de 2011

Auto-ajuda ou: Substrato de Domingo

"Intelectuais se aprumam, pigarreiam e começam a responder dizendo "Veja bem..." e daí em diante é um blablablá teórico que tenta explicar o inexplicável. Poesia serve exatamente para a mesma coisa que serve uma vaca no meio da calçada de uma agitada metrópole. Para alterar o curso do seu andar, para interromper um hábito, para evitar repetições, para provocar um estranhamento, para alegrar o seu dia, para fazê-lo pensar, para resgatá-lo do inferno que é viver todo santo dia sem nenhum assombro, sem nenhum encantamento".

(Martha Medeiros)