segunda-feira, 27 de outubro de 2008

(bem) Querido interlocutor...

...O amor não cobra nada. Pelo contrário, o amor só oferece coisas boas sem esperar nada em troca. O verdadeiro amor é assim, eu acho. Seja como for, cobrando ou não, o amor não deve ligar para amigos próximos, nem para distantes, só quando for pra saber do seu amor. Do contrário não se ama, dizem todos. Me parece que ele, o amor, não deve duvidar do amor do outro. O amor não deve mentir e não deve julgar. Não deve se importar com os que não colaboram ativamente nele. Muito menos lembrar coisas que já foram esquecidas.Quando se perdoa, se esquece de vez. Quando se desculpa é que se relembra.

Desculpar não é com o coração, interlocutor! Mas em suma se fala de amor aqui, e não de redenção, que renderia outra dessas cartas de desabafo como essa, que costumo fazer e não entregar. Não sei se nos amamos. O amor é a coisa mais grande e bonita que existe no mundo. Longe de mim te subestimar, interlocutor, se tu dizes que me ama, eu acredito nisso, mas há tantas coisas bonitas que poderíamos estar sentindo e confundindo com amor.
Há de se dizer que te adoro, tu sabes. Também que eu admiro-te na generosidade e o teu jeito de me fazer rir quando quer. E até te quero tanto bem que aconselharia você a uma coisa, caso você me ouvisse: Jamais aceite que algum inimigo insinue que você é fraco, interlocutor! Nós soubemos que você não é. Ainda que teu maior inimigo seja algo escondido dentro do teu peito, que teima em ter ciúmes às vezes. (O teu inimigo ego, nossa inimiga paranóia ou qualquer outro nome que queiras dar a isso.) Não deixe que eles, teus pequenos sabotadores internos, mintam pro teu coração, teimando em dizer que a pessoa que você acha que ama não se esforça pra ficar contigo. Não deixa nada de ruim te tomar conta a ponto de admitir uma derrota antes do fim de todas as batalhas. Só o tempo, eu arriscaria dizer o tempo do final da tua vida, que com certeza está distante, será capaz de afirmar se és fraco ou forte. Você é o que diz e quer, interlocutor! Um amiguinho (da apostila de filosofia) o qual esqueci o nome, escreveu uma frase que diz que "a vontade é a força que move o mundo". E então, se ele estiver certo como eu suponho que está, se tens vontade de ser fraco, vai ser fraco. Voltando ao foco, e ao ponto onde quero chegar: O amor não é fraco, ainda menos foi feito para os fracos. Se você é realmente fraco como diz, você não me ama, interlocutor. E se (ainda que eu não confesse) eu ache, às vezes, que sou mais frágil que você, não te amo também. Amar é coisa de gente forte. Como eu disse, para amar verdadeiramente não podemos cobrar nada, e isso exige esforços redobrados. Exige força. Força? É, força - de vontade. Entendeu o que meu amigo filósofo quis dizer? Força de vontade pra enfrentar PROBLEMAS e o TEMPO que é necessário para solucioná-los.
Aposto que você entendeu tudo, interlocutor. E tem coisas boas pra me dizer agora. Entendeu de onde parti, e onde quero chegar. Temos os PROBLEMAS que, sim, precisam ser solucionados, e o TEMPO, que precisa ser respeitado. Não estamos numa guerra literal onde procura-se os culpados para ver quem têm de dar o braço a torcer primeiro. Estamos juntos nessa, e se queremos amar sem cobrar precisamos nos unir, por mais piegas e clichê que essa frase pareça! É com o coração partido que te ouço e falo ao telefone em dias como hoje. Eu não posso acreditar que nos deixamos pensar que somos fracos. Não! Não somos.



NUNCA (Risquemos nunca. Substitua pelo termo de negação que melhor convir...) SE PERCA DE MIM!