terça-feira, 25 de maio de 2010

Pela tangente

Escutando isso!

Às vezes ninguém diz as coisas por você. Às vezes você não procura quem diga coisas pra você. Às vezes as coisas que você precisa ouvir batem na sua porta, às vezes as coisas que você não quer ouvir colam nos seus ouvidos, às vezes as coisas que você não imaginava ouvir aparecem naquele filme antigo, às vezes você as supõe. Às vezes elas fogem.
Hoje eu queria ouvir alguma coisa. Não, hoje eu queria dizer alguma coisa. Hoje eu queria ouvir dizer e dizer pra fazer ouvir. Mas eu não sei o quê. O meu quarto tá fazendo questão de me esmagar pra não sair nada além de silêncio, frases desconexas e espera infinita. Paciência, paciência, paciência. Ele me implora calmaria e eu respondo com confusão.
O meu quarto tá me dando um sinal pra aquietar o coração e os ânimos. Nada é mais do que é, ele repete. Parece óbvio, eu sei, mas preciso dizer outra vez. Pra me convencer. Nada é mais do que é. Não consigo embelezar ou redimensionar o que é. O que é tá em todo lugar, sendo. Se for muito, vai ser sempre muito. Se for pouco, não vai deixar de ser com qualquer coisa que eu diga ou que eu ouça.
É. As coisas que queremos dizer, às vezes,
por um motivo ou por outro, nos fogem.

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