sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Aniversário e vergonha

Hoje é meu aniversário e estou muito feliz, porque gosto de aniversariar. Gosto mesmo. Completar uma idade nova deve significar que vivemos mais um ano inteiro - e anos inteiros sempre são repletos de coisas boas, a exemplo do que nos desejam nesta data. Mas talvez, para mim, os aniversários tenham um significado diferente. Aniversariar é estar cada vez mais próxima do futuro, e eu tenho pretensões imensas e felizes para o meu futuro.
Acho, e preciso repetir, que a vida é muito boa comigo. Tudo até aqui veio no tempo certo, ou ao menos é assim que eu tentei encarar as coisas, se fossemos retrospectivear. Não tenho medo de envelhecer - pelo menos não por enquanto - ou seja, quero que as coisas venham sempre a seu tempo, mas que venham logo.
Só tem uma pontinha de infelicidade: De tempos em tempos me concentro muito - muito mesmo! - em minhas vergonhas. Fatalmente, este período coincidiu com a semana do meu aniversário deste ano. No meio das tarefas domésticas, dos exercícios do trabalho, das aulas. Penso em coisas que fiz e... Puts! Lá vem a vergonha de novo, e fico rindo descontrolada de cada colocação fora de hora, cada piada sem graça, cada idiotice, cada passo em falso, cada situação cômica em que eu mesma me pus.
Mas e aí você vai me perguntar: E o que o aniversário, algo até então legal, tem a ver com as suas vergonhas? E eu vou responder que o que mais me assusta, nessa data, são os engraçadinhos que não perdem a oportunidade de "puxar os parabéns". Porque sempre há um desses e, salvo raros casos, em outras ocasiões eu o sou. O engraçadinho sabe, porque ele próprio aniversaria, que a hora dos parabéns é a mais envergonhante de todas as horas da vida de uma pessoa.
Eu não coro fácil, que o diga quem me ouve proferir os maiores absurdos e piores gracinhas com cara séria e sóbria e tudo de quem está recitando um caput da Constituição, ou um versículo da Bíblia. Tenho uma cara de pau do tamanho do universo... Acho que é exatamente por isso que, quando me envergonho, o momento fica marcado. Não tenho meios para esconder que estou envergonhada na hora dos parabéns, não tenho onde pôr as mãos, não tenho para onde fugir, não tenho como desconversar. É a hora em que todas as pessoas ficam impotentes diante da concentração alheia. O que ameniza essa desgraça chamada parabéns é que na maioria das vezes, estamos rodeados por pessoas as quais gostamos muito! Então, vá lá.
Enfim, caros leitores, estou de aniversário e anunciei isso, muito, durante a semana, para que não esquecessem de mim. Porque sou egoísta e carente em todo começo de agosto e morreria se ninguém se lembrasse de me desejar tudo de bom, muitas felicidades, muitos anos de vida, parabéns pra você nessa data querida. Pois então, são 9 da manhã e já recebi mensagens no celular, no espelho com batom, por e-mail, no msn... Adoro esse excesso de atenção! Contudo, estou temerosa de quando irá chegar aquela horinha constrangedora e hoje, invariavelmente, esta ameaça estará em cada aglomerado de amigos.
Mas você há de concordar comigo: Que bom seria, que maravilhoso seria, se toda vergonha pela qual passamos terminasse em abraços, felicitações, presentes, velinhas e idade nova...
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Salve, salve, 17!
Aposto tudo de mais valioso que
você será tão surpreendente
[ou mais]
do que todos os outros.

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