terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dois dois

Acho que vou morrer na ignorância. Bela evolução dos tempos estão me oferecendo. Querem acabar com os arrepios espontâneos na espinha, os desejos saídos sabe-se lá de onde, de contrariar as leis da física e fazer com que dois corpos ocupem o mesmo lugar no espaço; querem acabar com as entrelinhas, as expectativas, o dar-se por inteiro, seja lá como for. Deixem em paz os meus vinícius, pessoas, quintanas, florbelas e drummonds. Eu não quero a modernidade entrando goela abaixo com seus impulsos mecânicos, desejos fabricados, artificialidade de farmácia. Deixem-me na antiquação dos que preferem pular na piscina sem saber se tem água, correndo o risco de se afogar ofegante numa paixão mal resolvida, a criar um sentimento testado e aprovado pelo Ministério da Saúde. Repito Caio F. Abreu: "Não sei, deixo rolar. Vou olhar os caminhos, o que tiver mais coração, eu sigo." por Nathalia Duprat

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