sexta-feira, 4 de junho de 2010

Roteiro

E então ela fugia. Correndo entre as árvores quase sem caminho. Com coroa de flores. Em uma floresta muito clara que fosse toda de horizonte. Dançando valsa a passos largos, risos fartos. E com cabelos caídos na altura da fonte. Bochechas coradas. E as juras, ai das juras! ...já tão consumadas. Com a cara toda de fuga: Não pelas convenções, não pelo entregar-se sem cuidado algum, não pelo crer automático, não pelo que inteiramente vinha esperando ser só em parte e era em tudo...
Esses e outros pesos carregaria, sem jeito, achando divertido. Então fugia, é certo que fugiria, tão somente no receio de abrigar algo maior, que viesse descompassando nervos e agitando sentidos. Fugia todas as vezes, à primeira inquietação, da paixão e de seu desespero. Mas uma fuga devagar, lentamente planejada pra que, bastando o querer, fosse alcançada. Uma fuga em uma vírgula: Muito demorada.
Mas eu? Fujo e sigo, rimando. Não há outro modo... E me escondo. Assim seja: Digo que sim duas vezes ou três. E fujo outra vez. Guarde só as palavras que te fizerem bem... infinitamente bem... Tô presa na rima de alguém. E muito além.

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