terça-feira, 8 de junho de 2010

Presente¹

Pode parecer heresia, mas hoje eu não sei o que dizer de Deus - ou do Destino, ou do Acaso - senão que algum deles está sendo minha espécie perfeita de par: Surpreendente e intenso. E, ainda, meu gênero preferido de escritor...
Algum deles está deixando, todos os dias, garrafas com alegria líquida na minha porta. Embrulhadas em pacotes com um laço bem da cor da minha expectativa. Algum deles sempre toca a campainha e, depois, me deixa abrir a encomenda deliciando - a doses pequenas - o torpor que só um presente como esse sabe causar. Sempre na pressa, sempre precioso, sempre preciso, algum deles me brinda com suas aparições suaves, do nada. E é dessa alegria que eu me sacio. Do nada que é tudo, no meio dos dias que seguem tão displicentemente contraditórios...
¹ No seu sinônimo de dádiva, lembrança, não-ausência e tempo verbal.

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