quinta-feira, 5 de julho de 2012

Não é pecado fingir

Estava pronta pra começar o texto dizendo que "Com sorte, nem Andrea Doria nem Os Barcos funcionaram nos fones, assim o texto sai mais... Seco." quando, sem mais nem menos, meu celular resolve me pregar a mesma peça da razão e funcionar. 
Sempre gostei de Renato Russo, sempre gostei de Legião. Melhor quando eles me livram dos corinthianos, alvoroçados e barulhentos, em carreata pelo título (parabéns pra eles!). Mas bom mesmo é quando os fones me livram de mim e me permitem pensar isolada.
Parece que terei de me controlar pra continuar incontroversa, dessa vez. E pra não manter nenhuma janela de conversação aberta, ansiosa pela mensagem de que "Fulano está digitando algo...". Mas nisso, infelizmente, Legião não ajuda, já que sou estupidamente previsível. Tanto, que quase sou capaz de dizer que às vezes não faço sentido. 
Quase. Às vezes. Possível. Provável. Nota? Vez em quando eu cuido pra não me iludir com certezas. Outras vezes descuido e pareço sensata. Vez em quando faço o jogo do contente. Outras vezes choro. Vez em quando é quando ouço música. Outras vezes quando lembro de domingos como o último.
Retomei a escrita, ao menos, o que me desencarrega da função de processar informações sozinha. Assim, reparto a tarefa de me desentender. Alguém já disse um dia - Fernando Pessoa, já que a memória é melhor que o resto - que nada pesa que não leiam o que se escreve. E segue dizendo que se escreve para se distrair de viver. E se publica porque o jogo tem essa regra.
Hoje me distraí mais que o normal, sabe? O aniversário da tia Carmen, o estágio, o entrevero, o jogo. Os ingressos, as roupas e os preparativos pra sair no sábado, ainda naquela história do jogo do contente.

Logo depois de Andrea Doria e Os Barcos, vem Sereníssima, aquela do Legião que diz como eu gostaria de estar enquanto o caos segue em frente com toda a calma do mundo.

Acho que quando "ser" dá muito trabalho, não é pecado fingir. 

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