quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O que tu ouves e o que tu lês?

E de repente, a inquirição e suas duas metades esquecidas surgiam, as mais fundamentais de todas. Não que se deva perguntar isso a todos os recém-conhecidos, não. Só aos aspirantes a amigos e aos aspirantes a amores. O que uma pessoa ouve e o que ela lê aproximam ou afastam muito, para mim, embora nem sempre eu dê a devida importância a essas minúcias. Se uma pessoa ouve MPB e lê romances, má pessoa não pode ser. Mas e se ela ouvir, sei lá, pagode? E se lê só o jornal? E se for adepta de revistas de nudez? E se for assustadoramente fã de Mozart? A gente se atordoa com o inesperado. Pode ser que nem saiba mais muito bem do que realmente gosta, se o outro não gosta. Por isso é que se deve ter muito cuidado ao indagar. Deve-se chegar devagar e não ter nem o que sobra da pressa, porque o assombro da precipitação não há que se instalar entre dois futuros amigos, para não comprometer a promessa de relação amistosa. É necessário que se aguarde pacientemente pelas respostas, sem espanto das discrepâncias, sem euforia nas coincidências. Porque se talvez as perguntas sejam os divisores de águas, ou se talvez este lugar estiver reservado às respostas... Só a amizade ou o amor dirão.

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