quarta-feira, 10 de abril de 2013

É pura vaidade

Só sabe ser triste quem já foi feliz. A solidão é uma certeza saudosa da sensação de se sentir acompanhado.  Estas são dualidades facilmente constatáveis, pra quem se envolve. Incrivelmente conformistas... E, pode-se dizer, próprias do percurso. Ossos do ofício. Sorte grande de quem nunca chegar a tais conclusões, visto que, sendo assim, não é humano. Não ser humano, às vezes, pode não ser uma ideia ruim. O documentário da NatGeo sobre os ursos polares que o diga.
Pois bem! Amanhã vou acordar romântica como me fiz e sozinha, mais uma vez, portanto um tanto melancólica. E em um dado momento do dia eu vou pensar que preciso decidir o que eu quero pra minha vida. É a regra preestabelecida de, mais cedo ou mais tarde, por fim aos sofrimentos absurdos com as certezas aconselhadas da prudência.
Qualquer força vital vai me impulsionar no rumo das coisas que fazem doer menos - e eu serei um pouco feliz outra vez, mesmo sem ter pra quem voltar quando as coisas apertarem. Ou quando eu me apertar contra elas. Serei um pouco feliz mesmo sem as entregas superlativas ou os deleites pouco ásperos de conformar-se com o que se tem.
Em uma altura da vida li um trecho da Fernanda Young, que inclusive já publiquei por aqui, em que ela diz que sofrer por amor é pura vaidade. E Young vem tendo razão desde lá. Sofrer por amor só convém a quem se envaidece tanto do amor que esquece de ter se olvidado de si. Sentir um par melhor que um, no fim das contas, é frustrante.
Só sabe ser triste quem já foi feliz. E eu queria não ter que experimentar o revés pra então lembrar de me livrar das minhas vaidades. No fundo, eu só não queria precisar ir embora do que eu fiz morar em mim.

Um comentário:

Nanda Oly disse...
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