sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Imagino

Hoje troquei as folhas de rascunho debaixo do teclado. Chegando em casa, trocarei as fronhas do travesseiro, enquanto desisto do resto. Faço a mala amanhã de manhã. Descartar rascunhos e fronhas não são propriamente recomeços. Um banho demorado e eu deito, de barriga pra cima, a cabeça sob as fronhas limpas. As coisas, claras como o teto, à frente da retina, mesmo com as pálpebras fechadas. A melancolia privada, bonita de tão cinematográfica. Um desabafo hermético. Que obviamente não combina para sextas à noite, mas convém, imagino. Chega sempre a hora de viver o que ignoramos. Imagino.

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