terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ter fé e ver coragem no amor


Reaprendi a amar. É tão intenso quanto antes, mas mais devocional que outrora. O amor de agora é Claudia Leitte cantando O último romance de Rodrigo Amarante. Entende? É tudo igual, mas diferente.
Uma fórmula nova de se adaptar com a família e assistir filmes românticos. A mesma fila do pão, um jornal novo. E ninguém nunca diz que é tarde demais ou tão diferente assim. É só amor, ter fé e ver coragem nele. É aprender a história dos Beatles e colar uma figura escrito "Let it be" no celular já gasto. É aprender a comer sanduíche natural e a gostar de guaraná. Outro sufoco para acompanhar. É compartilhar a saliva e o suor. Principalmente a saliva e o suor. Querer andar de mãos dadas. Outra casa pra pôr na sacola. É conseguir olhar outra vez pra alguém com a mesma paixão infantil das cartas românticas e bilhetes guardados, sem medo, com muita vontade. Outras dúvidas, com o mesmo clichê: É pôr foto no porta-retrato e dar selinhos estalados de amor em público pra quem quiser ouvir. Querendo trocar a TV pra levá-lo a qualquer lugar que ele queira. É ter o horário da Taioense com lugar fixo no mural e rir dos atrasos e chegadas em cima da hora. É ser amiga dos cobradores de passagem, adorar aquelas duas gotinhas de Mont Blanc que deixam cheiro de quero mais - ou a camiseta surrada do Arsenal. Sair de casa. Se aventurar... E não tem mais sossego pra nenhum dos dois. Eu me agito, eu me recorto, eu dou outra vez o melhor de mim. Desfaço o nó da gravata e me sinto em casa. Reaprendi a amar.