quarta-feira, 8 de agosto de 2012

E tudo vai indo: bem...

Tem alguma coisa acontecendo comigo. O primeiro pé que pus no chão ao acordar foi o esquerdo. Não tive azar, mas o dia não foi fácil. Nunca é.
Cheguei do trabalho, duas voltas pra esquentar a comida no microondas e corri pra frente da TV, como há tanto tempo eu não fazia. Sintonizei qualquer canal e assisti um documentário sobre a vida do Johnny Depp, em que ele dizia, em uma entrevista: "Se escolher ter uma vida fechada, suas experiências vão ser mínimas, sem graça e tediosas. Se permitir que coisas novas entrem e as experimentar, você vai ter aprendido algumas coisas". Tudo isso em um inglês que, com sorte e legendas, eu pude entender. E aquela cara de porra louca.
Foi quando, de espanto, eu derrubei um garfo inteiro de arroz, bem soltinho, na manta de crochê com furinhos que cobre o nosso sofá. Parei a programação e limpei sem praguejar. E ainda ri. Voltei as cenas me sentindo modernamente antiquada. Anotei a frase, pra levar no bolso da memória, igual lição e telefone de quem interessa ou faz falta.
Tem alguma coisa acontecendo comigo. Às vezes acho que foi alguma das escolhas no meio do caminho, o que me deixou assim. Às vezes acho que foi não ter escolha. Talvez seja paixão. Talvez seja pela vida que tô levando. Talvez seja Saturno retornando antecipadamente, aos 19. Alguma coisa tem. Não sei dizer o quê, mas alguma coisa tem. E é boa, olha só, surpreende de tão boa. Se me der oi, pule o como vai, porque tem alguma coisa acontecendo comigo... É a única coisa que eu sei dizer, claramente. Tem alguma coisa acontecendo comigo. E tudo vai indo - é um absurdo, eu sei, mas vou lhe confessar -: bem...

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