O alto claro deste teto
Às vezes se retrai
Com as seis antenas e patas
Finíssimas
Pronunciadas por detrás
Do registro do chuveiro
Manhã e semana passada
Essa barata agora mora aí?
Ela se guarda em carapuça de metal
Por trás de sua carapaça habitual?
Como se enfia sem sair, afinal?
Ela não quer saber
Se quitei à vista
Ou financiei com juros
Essa barata não quer nem saber
A quem pertence a TV
Como serão as escrituras
Quanto eu queria acumular antes dos 30
Ou quantos mil milhões
ainda me falta
pra largar tudo e ir morar num sítio
viver de renda.
Essa barata vulgar
Não está nem aí
Mesmo estando muito aí
Para a hora da manhã;
A fatura do cartão;
Ou o que custa caro
Só quer saber
De fingir que sai e volta
Pelo cano
Fazendo-me inverter
A lógica e o prumo
De todo banho