domingo, 31 de março de 2019

De carne, de queijo ou de fruta.

Estou interessada no que acontecerá depois que eu te invadir. Eu, para variar, não admito que agora venha o tédio. Quem é você depois que eu meter o pé na porta? E por detrás desta cortina. Quem é você nu de toda esta parafernalha tecnológica e este relógio enorme no pulso? Se eu limpar até o caroço desse teu cinismo e eliminá-lo da cena. Depois de eu atravessar a beleza, a ilusão e o consumismo dos primeiros atos. Depois que não te sobrar nenhuma gota do benefício da dúvida. Quando for depois de eu me dar conta de que não és um graveto. O que a tua ilha me reserva? O que tem no fundo da tua gaveta guardado pra mim? Serás potente o suficiente para bancar a segunda rodada deste jogo? Eu quero saber se você vai sustentar a panca. Eu pago e dobro a aposta para ver a próxima jogada. Vai ser lirismo, calmaria, uma viagem a dois, o deslumbramento da experiência ou o meu gozo no ato? Deixa eu ver um pouco mais de perto se você tem futuro. Se vai me fazer soltar um foguete por dia pela tua chegada. Se quem perde sou eu se a gente não der pé, ou se não. Eu acho melhor você ter guardado um pedaço de carne, de queijo ou de fruta para o final deste prato, porque já sublimei tudo o mais que havia para resolver antes do melhor chegar.

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