Ando procurando (e gerundiando) não dizer coisas do sentir. Talvez porque o sentir é incerto, particular, pode não agradar. E eu tenho um certo problema com isso de agradar, note. Um dia, quem sabe, isso muda. Mas por enquanto, agrado desagradando. Posso não satisfazer quando for essa a intenção.
Isso não me impede de sentir. E digo. Que minha geração tenta ser mais bonita e descolada que as demais, percebo. Mas nunca a mais ousada e perspicaz, lamento. Queria uma vida de manifestações fundadas. Ou talvez alguma espécie de "manual do rebelde com-causa". Afinal, eu tenho causa. As minhas. As nossas. Todas. Não pode continuar como está. Até o que é bom pode melhorar.
Sinto que sou - e as coisas do sentir eu creio serem incertas, sim, não vou me contradizer - uma estranha no ninho. Sendo o ninho composto pelos habituados e perfeitamente situados em um modelo "se eu tiver o que me basta, pode continuar assim, tá bom pra mim".
Pra mim não tá bom. Pra mim podia ser mais.
Há faca. Há queijo. E que Adélia me permita: Há fome.
Próximos estejam, sempre, os que notam que o recheio é mais importante que a casca. Imensamente.