sexta-feira, 12 de setembro de 2025

PEMDAS

(Manhã eu
dou a ré da minha vaga
O vizinho do bloco D já saiu
Me dando ângulo e coragem
Na rua dos ipês
só tem dois carros
Baixo os vidros
Respiro a música
que posso ouvir bem alta
sem atrapalhar na condução

Todo dia de manhã
Eu dou Sorte
Acordo tarde
Atraso calma
e sem sanção
Posso de novo poupar em vez de correr
Caminho rápido
Conheço
Reponho
Desejo e prontamente
Realizo
Festejo
Um descanso, se quiser.

Manhã bem cedo eu dou vista à Sorte
Às vezes não a reconheço
Sigo-a perseguindo
o resto do dia
desviando dos latidos
do mundo
Só no final computo
Os fatores
Os resultados
Vislumbro
As Subtrações alheias
Faço um balanço
Como nos colegiados

O dia é sempre bom
quando pode começar
Com Sorte a consciência
máxima do privilégio
É dar e ver
Quem sabe até louvar a
Sorte tida

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Tome notas - sabor canela


Vestígio

Minha mãe costuma dizer
"Quem a gente é
vai conosco a qualquer parte."

— não cita autor e não duvido a 
canetada seja dela.
Minha mãe é serrana e
um pouco rapper.
Seu saber
conciso.
Sua voz
marcante.
Sua verdade
raiz.
O que se é
Com consistência
não desgruda mesmo fácil
ou por deslize
Do nosso pelo
Da nossa alma
A reputação é um destino
— que nos precede;
sucede
e acompanha.


***

Obrigada, Gladiador
por me deixar ser a Besta
às vezes


***

Tão difícil
surpreender
um ansioso


***

Saudades
Ciúmes e
Pêsames
São sempre um pouco plurais


***


Tear

Um nó em cada ponta
senão desfaz
o trabalho de tear.

(Re)aprendi o ponto
alto
Só pra fazer render
o fio
que une e conserta
buracos abertos

(Re)tecer é magia de
i
            x         a  

r
de novo inteiro
Valer um elo.


***

Desinvestir.