domingo, 20 de junho de 2010

Flamenguistamente torcedora

Sou garota flamenguista.
Das apaixonadamente flamenguistas.
Que sabem o hino de cor.
Que xingam o árbitro.
E das que não admitem o absurdo da comparação de torcida com o Corinthians. Sou das que assistiram Pet fazer aquele gol de falta aos 43 do segundo tempo. Das que já foram ao estádio. Das que partem em defesa do urubu no dilema do Hexa, quando teimam que o campeão foi o Sport. Das que acompanham finais em campeonatos cariocas e zombam dos vices na segunda-feira. Sou das que sofreram com a eliminação na Libertadores desse ano. Das que sabem das decisões da diretoria do clube. E, também, das que comemoraram o Brasileirão 2009 com carreata.
Tudo isso porque eu nasci Flamengo. De pai e de mãe. Da mãe que tem família inteira flamenguista, do pai que ainda hoje lembra da escalação completa de 81, quando vencemos o Mundial. Herdei o amor pelo futebol e por todas as intempéries que dele provém...
Fui aprendendo desde cedo o que eram as faltas, escanteios e pênaltis. O que faziam os zagueiros, os volantes e os bandeiras. Por que eram concedidos os acréscimos e mostrados os cartões. Que haviam campeonatos de mata-mata e de pontos corridos. Quem eram os melhores batedores de falta. O mascote. O nome do estádio. Os comentaristas parciais...
E hoje eu opino escalação. Fico indignada com gente que, com a boa fase, usa a camisa do meu time, beija o escudo e não sabe o nome de nem um jogador. Discuto com garotos. E mais... Sei o que é um impedimento.
É tempo de Copa do Mundo, e nessa época eu sempre me misturo aos patriotas que são - momentânea ou incondicionalmente - apaixonados pelo futebol, torcedores do Brasil. Mesmo que o Dunga não tenha feito a melhor das escalações. Ainda que o time não convença. E até quando o adversário é gritantemente inferior: Eu vibro com os dribles. Eu sofro com as derrotas. Eu chuto o ar quando a bola tá sobrando sozinha na frente da área. Eu comemoro os gols. E aprendi a ser assim por conta do Mengão.
Acho mesmo que posso dizer, sem timidez, que de quatro em quatro anos eu empresto meu entusiasmo, euforia e devoção - todos eles tão decididamente rubro-negros... - à seleção verde e amarela. Em junhos como esse eu me transformo, pois, com tudo que me é peculiar, em uma garota flamenguistamente brasileira!

Um comentário:

Sissa disse...

Patriotismo, esta ai a palavra, deste mes e do próximo pelo menos. O que me emociona na copa do mundo, talvez nem seja necessariamente o futebol, mais a paixão pelo país, acho inadmisivel, brasileiros não torcerem pelo Brasil. E cada gol me emociona por ser DO BRASIL.